sexta-feira, 11 de dezembro de 2009

  • DOMINUS PRIMUS

    Agrippa, nas sombras surdas dos dias,
    no silêncio manes do Tibre,
    nos despojos dos brutos de todos,
    numa lealdade funda, negadora de si,
    construiu as vias de Roma, Belém e Augusto
    sem mácula de ser res publica, sombra,
    edificador de um Rubicão de lealdade.

    Sabiam: os Caios divinos, o frater dantesto
    o imortal, a pena de toda a gloria… —
    que o seu construtor era o voluntário número dois.

    E foi primeiro, abrir as portadas
    e receber as chaves do Domimus que desconhecia
    aquele que ter-lhe-á dado, de novo,
    a Toga púrpura de número dois nos céus,
    a Valhalla enamorada da fidelidade.

    E escutei, vindo dos confins do
    Shamayim:
    Ó Dominus primus! sou segundo, serei
    segundo, somente do conquistador da República.

    E o Dominus deu-lhe a Capri dos céus.
    E lá esperou o assentamento do seu Divus
    com a coroa de louros na mão…
Imagem: Mi nana y yo o Yo mamando, Frida Khalo, 1937

Sem comentários: