domingo, 20 de dezembro de 2009

  • NOTA ÀS CONGREGAÇÕES
Chove em Lisboa, trespassam as almas as gotas frias, insensíveis aos desejos de um dia são, de calor – do outro. Renova os mecanismos do seu amor, a chuva. Bato um recorde, de dia novos, de papéis e almas duras – um laivo de amor convicto alimentaria até os micróbios que consomem Deus (terrível, essa raiz de todos os males, não é Lutero?).

Eu, admiro-me; mas não admiro os que chegam com a multidão transportando o carmim que já foi verde, negro apaixonado ou outra coisa qualquer. Os camaleões estão no tecido da floresta, baptizados – festejam o que podem. Os consolos? Ah, os consolos! São cinzentos: Aminatu Aidar regressa à casa, não que queria mas a que pode. É "uma vitória da causa Saraui" – diz. Concordo, é uma vitória da causa sarauí, não é uma vitória para a causa sarauí. Faz diferença, e muita. Assim o dizia, o Janus…

O mundo continua a rodar. E declaro, com a chuva a cair, por minha honra e sob as penas das leis divinas e do maior dos juízes – a minha consciência –, que não sei nadar. Não sei nadar, e só gosto da nudez do carnaval. A ELECTRA vê a luz no fundo do túnel: o dinheiro do futuro.

Pesca do Atum – Salvador Dali

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