terça-feira, 22 de dezembro de 2009

  • AS GRÁVIDAS AMERICANAS NO IRAQUE E A GUERRA QUÍMICA
O que se passa com as mulheres soldado no Iraque? A Stars and Stripes, diz que U.S. "personnel in Iraq could face court-martial for getting pregnant" e o El País faz eco da notícia. A mulher que, em comissão de serviço no norte do Iraque, ficar grávida fica sujeita a Conselho de Guerra, podendo ser presa por tal “falta”. O marido também, se for casada.

A ideia que as autoridades americanas transmitem é de a decisão é sustentada em razões de ordem puramente militares, de disciplina no seio da instituição. Poderia ser, poderia ser que fossem essas as razões — nem por isso menos abusiva e para além do que é admissível no plano dos direitos fundamentais da mulher —, mas tal medida deveria ser aplicada a toda a instituição. Porque somente no norte do Iraque, e não no resto do país e noutros palcos bélicos como o Afeganistão? — pergunta-se.

Para mim a razão fundamental resultará no facto — conhecido mas escondido — de que foram usadas armas químicas e biológicas no norte do Iraque (e não foi somente contra os curdos no tempo Saddam Hussein, não!). As crianças nascidas nessa zona do país sofrem de mal formações graves, de tal forma que inviabilizam os fetos ou uma vida normal das crianças quando nascidas. Um acontecimento digno de um episódio de Frankenstein e que horroriza as mães do norte do Iraque: vêm na sua gravidez e no parto um horror, não sabendo o que irá nascer.

O nascimento de um filho normal no norte do Iraque é um milagre, uma festa. As razões do exército norte-americano? Certamente que não devem querer que as suas mulheres em serviço militar voltem aos Estados Unidos com crianças com as marcas que provem a guerra química e biológica que ocorreu no Iraque — e não se pode acusar Saddam Hussein disso. There is something rotten in the north of Iraq
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Imagem: Jean Louis Grig — Fécondités

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