- MEMÓRIAS DE AMANHÃ
Escutava o poeta vertendo à beira-mar
a sua alma em verdade:
«Amar-te-ei mais do que a glória
e menos do que a honra e o amor à vida.
Trarei o suor de Agosto
ao teu Inverno e, pejado de ti,
serei teus passos arrojados à sombra
das madrugadas solares
e da bruma dos teus beijos mulatos.
Seremos porto final de nós, lenda
cavalgando nos sonhos cavados,
ordem natural do desejo e nada,
nada mais que todas as horas ansiadas
nos doces gemidos sim
que, de ti, curam em mim a vida.»
E depois, depois remeteu-se ao silêncio,
assim como pensamos que Deus está,
mas não – tem a voz embargada .
Virgílio Rodrigues Brandão, Lisboa, 15.06.08
domingo, 15 de junho de 2008
Publicada por Virgilio Brandao à(s) 5:15:00 da tarde
Etiquetas: my poetry, narcisismos
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