terça-feira, 24 de junho de 2008

  • A PROIBIÇÃO DA PESCA DO ATUM NO ATLÂNTICO

A União Europeia decidiu banir a pesca do atum no Atlântico e no Mediterrâneo pois, no seu entender e no de especialistas na matéria, a espécie está em perigo. A EU tem uma quota de 16,779.5 toneladas de atum por ano.

No último ano alguns países europeus, como Portugal, França, Espanha, Grécia, Itália e Malta ultrapassaram em 25% essa quota permitida. O atum, muito usado para o sushi – na Europa, Japão e Brasil – chega a custar nos mercados especializados do Japão cerca de 100.000 dólares, dependendo da sua qualidade (baixo nível de gordura), cada grande atum.

Países como Cabo Verde, cujas águas são um corredor de migração dos atuns, aplaudirão essa medida pois a pesca desenfreada dos europeus no Atlântico prejudica em muito o futuro dessa espécie no arquipélago. A proibição entra em vigor na próxima semana, pois este mês de Junho é crítico nesta questão e a EU sabe isso. Pena é não ter decidido que a medida entrava em vigor de imediato e antes de uma delapidação do pescado existente...

Afinal, de Bruxelas sempre chegam algumas notícias boas. Só espero que não se lembrem de pedir a Cabo Verde para alinhar na sua proibição – é que a capacidade de pesca do país é incipiente e necessária à sobrevivência dos pescadores e da pequena indústria nacional. Usando as palavras de Ichiro Nomura (Director-Geral Adjunto para as Pescas da FAO), «In the developing world, fishing plays a crucial role in reinforcing household food security, improving nutrition, and providing income. In light of rising world food prices and growing concern over the wellbeing of some wild fish stocks, we can afford less than ever to allow IUU (Illegal, Unreported and Unregulated) fishing to impact these communities».

Ah, e espero, também, que os mercadores de pescado europeu não recorram à Cabo Verde e seus pescadores ou bandeira para contornar essa proibição. É coisa para o Governo de Cabo Verde ficar atento...

Aqui, sim, seria preciso a ajuda da EU para vigiar a zona económica exclusiva do país para travar a pesca ilegal de atum que, certamente, irá ter um grande incremento (em especial de espanhóis e portugueses); pois não custa saber que o preço do atum irá aumentar nos mercados especializados. Bem, vou ter de me contentar com o salmão (cada vez pior, pois é de piscicultura), pois atum fresco para sushi ou bifinho de atum de cebolada só daqui a algum tempo.

Sem comentários: