quarta-feira, 3 de dezembro de 2008

  • A SOBERANIA MONETÁRIA DE CABO VERDE E A UNIÃO EUROPEIA

A propósito da ideia da circulação do Euro em Cabo Verde, isto é, do país poder, eventualmente, vir a prescindir da sua soberania monetária (com tudo o isso representa e o que não representa) anoto o que diz Dennis Haley, ex-Ministro de Defesa Britânico:

“Os acontecimentos mundiais não acontecem por acaso; quer tenham a ver com assuntos nacionais ou comerciais; e a maioria deles são orquestrados e dirigidos por quem tem o controlo monetário” (Dennis Haley, ex-Ministro de Defesa Britânico citado em Daniel Estulin, La historia definitiva de El Club Bilderberg, Barcelona, 2008, p.57).

A soberania, representada na moeda, não é coisa de somenos importância. Cabo Verde, ao ter de renegociar com Portugal o acordo de convertibilidade e convergência cambial – na verdade terá de ser com a União Europeia, que sucedeu Portugal nesta matéria que, desde a entrada em vigor da União Económica e Monetária, é da competência da UE – terá de ter em atenção o que se vê e o que não se vê.

Só mediatamente – através do Conselho Europeu – é que Portugal tem algo a dizer sobre esta matéria, de resto, as decisões monetárias estão, em termos funcionais, nas mãos do Banco Central Europeu. O quadro enformador do que será a Parceria Especial com a União Europeia facilitará a revisão desse Acordo. Só espero que não seja à custa, necessária, da soberania monetária de Cabo Verde.

  • Imagem: Titian, Venus Blindfolding Cupid

1 comentário:

Anónimo disse...

Mais uma batotada do governo Português em relaçao a Cabo Verde!! A Parceria especial justifica tudo, nao é?!!Paga-se caro esta convertibilidade e convergência cambial, ha demasiados anos. Em beneficio de quem?! Que explicam isso a cohorta dos economistas da terra. Agradeceriamos alguma explicaçao real...