quinta-feira, 29 de outubro de 2009

  • CINCO. EU, O MEU POETA, MARYLIN, DEUS E O MAL

«Uma das provas que Deus não existe é Marilyn Monroe ter-se casado com Arthur Miller» diz-me o meu poeta. E lá vou eu, de mão na cabeça, desbravar memórias.

Marilyn Monroe depois de um casamento atribulado com Joe di Maggio, casou-se com Arthur Miller, um homem cujo objectivo na vida era deixar a sua consciência na sua obra literária e não propriamente amar. Novo divórcio, é claro. A busca do amor (que é mais difícil de ser encontrado por pessoas especiais e capazes de amar) levou-a a um amor necessariamente de furna com John Fitzgerald Kennedy, a um desgosto profundo de quem sabia merecer mais do mais simples que se pode exigir: amor.

Como é que a mulher não poderia se suicidar? Um pensava que era Deus, outro que Deus não existia e o terceiro não pensava que era Deus mas mais do que Ele. Não há alma que resista. Sim – como me disse o meu poeta –, a culpa de Deus será admitir na existência pessoas boas… pois a evolução natural diz-nos que os fortes sobrevivem, e os fracos perecem; que isto está inscrito no padrão genético de cada um que procura perpetuar-se, by any means necessary.

Será por isso que muita gente confunde a bondade, o perdão, a urbanidade e a gentileza com fraqueza? Será por isso que o padrão do mal cresce a cada dia que passa, e as pessoas se tornam mais duras e desumanas (revelam-se, na verdade revelam-se)? Tudo indica que o mal vai vencer, que o humanismo e as transcendências mais não são do que formas de resistência ao mal. A final, será a natureza humana a vencer Deus (a nossa consciência e/ou inconsciência dEle), quando destruir toda a humanidade vergada sobre o fel do seu próprio mal.

Imagem: Marilyn Monroe

1 comentário:

Ariane Morais-Abreu disse...

Arthur Miller porque ela, a mulher mais famosa do seculo XX, também era atraida pelas letras, pela arte literaria. Além da imagem havia consistência, talvez demasiada fina e fragil, como a porcelana.