sábado, 7 de fevereiro de 2009

  • SABER E CONSOLAÇÃO DE SABER

Por vezes, na nossa «sabedoria» esquecemo-nos de coisas simples. Lembro-me de, há alguns anos, estar no Enclave a beber um copo tranquilamente e a conversar com uns amigos quando um crioulo, bazofo, começou a arvorar que era irmão de uma eminência da terra e licenciado em ciência política. Como se ser irmão de político autorizasse alguém a falar de Política ou ser licenciado nessa ciência tornasse a pessoa, por passo de mágica canudal, num Platão, Aristóteles ou Carl Schmitt.

Foi então, farto das suas bazofiarias – na verdade das suas imprecisões – perguntei se sabia quem era Charles de Secondat. Não sabia, pois claro. Mas sabia… sim. Só que sabia de forma superficial, pois Charles de Secondat, Barão de Montesquieu é conhecido pelo seu título nobiliárquico e não pelo seu nome; e o licenciado em causa deveria saber isso – pois era/é matéria básica do objecto da sua ciência. Leu, com certeza, O Espírito das Leis de Montesquieu; mas ficou pela mera leitura sebentária. Conhece-se as coisas e a ciência, mas não se tem o saber das coisas e da ciência; uma é um conhecido acidental ou não, o outro é um amante de uma vida.

Porque digo isso? Porque, na verdade, passa-se a vida a citar juízos que não se conhece e a opinar sobre eles. Lembro-me de, ainda na Faculdade de Direito de Lisboa, ter aprendido no primeiro ano (em Direito Constitucional I) a citar o Artº.16ª. da Declaração dos Direitos do Homem e do Cidadão de 26 de Agosto de 1789. Citava-o, conhecia-o… mas não o conhecia verdadeiramente. Somente no 5º. Ano (Filosofia do Direito) – depois de ler o corpo do artigo em causa cerca de dois anos antes (Direito Constitucional II) e de o ter considerado no ano anterior (Direito Internacional Público II) é que li a declaração toda; isso graças ao rigor do Professor Soares Martinez e porque me sentia interiormente envergonhado por não conhecer toda a declaração e passar a vida a citá-la.

Foi, então, uma grande lição que aprendi: aprender é, acima de tudo, apreender e interiorizar as coisas; torná-las parte de nós. Mas, também – e estava no âmbito da filosofia do Direito – percebi uma coisa que nunca mais deixou de perturbar-me a alma: a sociedade “avança”, “progride”… mas vai sacrificando alguns valores, alguns fundamentais – como é o caso da solidariedade e do princípio do controlo da governação pelos cidadãos (coisa que, parece, será objecto de consideração na Revisão da Constituição em Cabo Verde).

Por vezes – como dizia S. Paulo em I Coríntios XIII – conhecemos em parte; mas importa conhecer bem a nossa ciência, os nossos prazeres, a nossa alma – se tivermos coragem bastante, o nosso amor. Assim, seja o que o for que nos reserve a existência, nunca, mas nunca estaremos sós: teremos a consolação do conhecimento, do saber – como bem dizia Boécio.

E fico a pensar nas palavras de Göethe… enquanto decido se leio um pouco da Bíblia ou da Metamorfose de Ovídio.
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  • Imagem: Luis Royo

19 comentários:

Anónimo disse...

Cada vez que me nasce mais um cabelo branco, descubro que só sei que nada sei.

Anónimo disse...

Pois é, você é um homem de grande cultura!Nao domina tao bem como o Casimiro a lingua de Pessoa mas passou o cabo da Taprobana. O problema é que nesta longa travessia ficou-se-lhe pelo caminho muita dessa cabeleira que imprime apenas o décor da forma circular do triângulo.

Explico-me?! Pois, pois,nao basta ter lido metamorfoses de Ovidio se a gente nao aprende com as nossas metarmofoses; tao pouco o Faust se grafamos mal o nome do seu criador. O trema em alemao é fundamental mas dispensavel quando se opta pelo "oe" de Göthe ou tao simplesmente Goethe, mais usado, mas sem os tais dois pontinhos essenciais.

Hätt ich nur einen Totenschein! Experimente tirar o trema do hätt (que na verdade é hätte!) e coloque-os sobre o Töten... e ha-de ver que o sentido é outro!

Pois,teacher isso de linguas prega-nos cada partida! No passado eu ja lhe tinha dito que a esmagadora maioria dos franceses desconhece o verdadeiro nome de Montesquieu; vejo que o ilustre continua a contar a mesma peripécia mas cometendo um erro crasso que tem a ver com a cultura da lingua, a maneira como um povo utiliza e emprega o seu vernaculo.

Efectivamente você comete um grande erro quando diz apenas que Montesquieu chamava-se na realidade Charles de Secondat. Nada mais falso pois na verdade você està a funcionar com um pensamento linguistico português que apenas pega no nome de baptismo e no ultimo apelido.

So que em francês Montesquieu era Charles-Louis de Secondat. E' assim é que é! Charles tout court nao existe. Para um francês o que existe é Charles-Louis, tanto mais que ha um traço de uniao entre Charles e Louis. Os dois impoem-se e têm existência intrinseca.

Teria o jurista lido também a Historia romana de Charles-Louis e nao ficado apenas pelo Espirito das Leis nao cometeria duas vezes o mesmo erro.

Exactamente nao basta citar; ha que ter banhado nas aguas pofundas da dita cultura que se quer trasladar.

Curioso, é que eu também li todos os livros que citou, e tenho-os todos na minha biblioteca que conheço de cor, estando a acariciar neste momento as Lettres persanes de Montesquieu depois de ter copiado o extracto acima de Faust para concluir assim: "Ob er heilig, ob er böse/Jammert sie der Unglücksmann".

Al Binda

Virgilio Brandao disse...

Anónimo das 12:54:00,
«… e os outros não sabem que nada sabem» - dizia ainda Sócrates.

Bastará ler os seus conterrâneos para sabermos que Sócrates era tudo menos um homem humilde. Lembra-se do encontro de Xenofonte com Socrates?… pois é.

Mas é verdade: perante o conhecimento universal pouco ou nada sabemos. Todos os dias me espanto com a complexidade da natureza e do génio humano.

Abraço fraterno

Virgilio Brandao disse...

Sr(a). Al Binda:

Vejo que continua igual a si mesmo: preocupa-se com a forma e não como o conteúdo. Só Krishna, como sabe(rá), diz a mesma coisa só uma vez. Será que não percebe que não ando a escrever nenhuma obra literária quando escrevo um texto ao correr da pena?

A esmagadora maioria dos franceses, não são “cientistas” políticos, Sr(a). Al Binda e, ao contrário do que diz, Montesquieu é, não raras vezes, conhecido como Charles de Secondat. Mas o que fazer? Não me verá a teimar consigo – a realidade não precisa disso.

Mas entendo-o: a sua função é de «catador» de gralhas (não queira ser o Catão daqueles que dão a cara e, generosamente, emitem a sua opinião sobre o devir social da nação, pois, ó Al Binda, nem sempre chegámos a ver os nossos sonhos ou propósitos concretizados – se não perceber o que digo…, pergunte!, pois o aqui o «teacher» descodificará este aspecto).

Eu não percebo a língua alemã – que Borges dedicou um «belo poema» – nem é idioma que me apaixone, confesso. Sobre Goethe, faz uma busca no blog e perceberá que fala, como sempre, com vontade de gralhar.

Mas numa coisa tem razão: «a gente», isto é, nós… devemos aprender, e não somente com as nossas metamorfoses – devemos aprender com o que fazemos e dizemos. Não é ó Al Binda?

Oh, Senhor(a) Al Binda! Com que então, não li a «História romana» (sic) de Montesquieu, não é? E o(a) Al Binda leu-o onde? Quando? Gostaria de saber. Como quis saber de um cronista do Expresso das Ilhas a quem perguntou «quando» é que tinha lido «Assim Favava Zaratrustra» de Niestzche.

Deverei ser a última pessoa que desejará falar com jactância sobre Roma e Montesquieu; disso – para ser verdadeiramente socrático – pode estar certo. Mas será que fala da mesma obra que, agora, tenho (não deliro…) nas minhas mãos e que diz o seguinte:

«O príncipe está tão longe dos súbditos que quase não o vêem; acha-se tão acima deles, que não podem imaginar que não podem imaginar elação alguma que os possa confundir. Mas o nobres que governam estão à vista de todos e não são tão importantes que não se façam se façam comparações odiosas (… [a obra, o(a) Al Binda conhece de cor], Montesquieu, VII, p.66).»

Isso é para aqueles que pensam que sou o(a) Al Binda e outros anónimos seus seguidores. O que posso dizer-lhe, ó Al Binda, é que eu não sou daqueles que escrevem o mesmo poema e a mesma coisa milhentas vezes, e dão a terceiro os seus textos para corrigir, para depois os publicar ou editar, não. O que escrevo a título informativo, escrevo ao correr da pena e não tenho grandes preocupações estéticas; coisas de alma e técnicas de dado universo (não chamados para aqui), sim, esses são lapidados.

Mas, ó Al Binda (o seu nome lembra-me “Deus(a) do Binde”… de cuzcuz!), se, também, tivesse lido «Discurso Sobre Cícero» de Montesquieu certamente que teria presente a sua afirmação sobre Cícero de que «A leitura das suas obras não eleva menos o coração do que o espírito» (Montesquieu, «Discurso sobe Cícero», I). Pois é, ó Al Binda, o espírito das coisas só é apreensível por quem tem espírito de saber e sabe; não por quem conhece as coisas pela rama – como muita boas gente que quer ser o que não é. Eu, como sabe, sou um aprendiz do conhecimento; não chego ao escabelo dos pés do seu conhecimento… vou aprendendo.

Lembra-se daquele que disse que «[…] nunca me vi tão pouco contente como quando me achei senhor absoluto de Roma, quando olhei à volta de mim e não encontrei nem rivais nem inimigos (Montesquieu – a obra, o Al Binda sabe, pois sabe de cor…)? Não queria ser, ó Al Binda, o Pirro cabo-verdiano. É que tal não é, de todo, de um homem que se arvora conhecedor da alma do verbo e é a encarnação do génio.

Já agora, Al Binda, porque é o «eterno anónimo»? Porque não deixa esse anonimato e, um dia destes, falar comigo dessa sua sabedoria – nós os dois, abertamente. Palavra de honra que, se desejar que assim seja, em anonimato será e guardarei esse seu desejo. Ou então, dê a cara, diz o que pensa – sujeita-se às críticas justas e injustas. Escreva para jornais, blogs ou n´Viana; mas faz algo de construtivo – não seja, sempre, um desmancha um marteleiro de pequenas coisas.

Supulcros caídos, ó Al Binda, é coisa de que estamos todos fartos, não é?

Cá o espero Al Binda, sempre, com paciência de Job e a tranquilidade de Dhritarashtra.

Abraço fraterno

Anónimo disse...

Nao perca os nervos homem e seja menos ridiculo! Se é verdade como você diz e eu acredito que escrevi em tempos "Assim Favava Zaratustra" qualquer pessoa inteligente teria percebido que houve uma gralha de teclado, tendo eu trocado l por v, quando qualquer pessoa bem intencionada adivinhava que era "falava" que eu queria escrever.

E' mesquinho da sua parte! Você desiludiu-me. Essa, juro que nao esperava! Nao esperava, pois você escreveu mal o nome de Nietzsche. E' um dos meus mestres e nunca escreveria mal o nome do mestre.Va la ver como grafou o nome do mestre; foi "à martelada" como diria Nietzsche; é assim que se escreve o nome do filosofo.

Vejo que duvidou, ou percebi mal?, que Charles-Louis (é assim, cabeçudo!) tivesse escrito Historia romana, que serviu de base ao livro que escreveu sobre a decadência de Roma, Considérations sur les causes de la grandeur des romains et de leur décadence, e onde você foi buscar a citaçao.

Pois é, meu caro, nao se pode saber tudo e você nao sabe de maneira nenhuma. Historia (sem o acento agudo pois nao é português) romana foi escrito por Montesquieu ainda ele andava no colégio de Juilly, nos arredores de Paris, e aguente-se na cadeira para nao cair, em latim!

Fique também a saber que o Charles-Louis ( com o traço de uniao, como em Jean-Marie ou Jean-Pierre etc) escreveu igualmente como o seu compatriota Pascal um livro intitulado Pensées, mas também obras de fisica e ciências naturais.

Enfim vejo que desta vez escreveu correctamente o nome de Goethe, mas continua teimosamente a mandar-me ir ver na Net a historia dos dois pontinhos. Mesmo assim você vai dizendo que nao sabe nada da lingua alema. Entao porque é que nao é mais humilde, senhor Virgilio? Você nao serviu de guia ao Dante, e nem tao pouco escreveu Eneida, logo devia ser mais crioulo!

Também eu cito de cor e nao estou a escrever nenhum livro; mas eu conheço os meus classicos e nao é porque troco um l por v, que você prontamente me atira à cara, que vou parar de estudar.

Foi mesquinho da sua parte e você sabe porquê! Porque você nao gostou que eu lhe tivesse corrigido, como alias nao gostou que Casimiro lhe dissesse que você dominava mal a lingua portuguesa. No meu caso nao falo de lingua, mas de citaçoes aproximativas que você faz, o que é mais grave!

E' por isso que nao lhe vou corrigir o seu "lembra-se" que escreveu em vez de lembre-se. Isso, admito, é distracçao. Mas deixe-se ficar à vontade, porque eu sei que você é um eterno aprendiz. Também eu! Mas é pena que você cite Goethe sem conhecer a importância do trema em alemao.

Ich würde Ihnen....ups!, esqueci-me que você nao percebe nada da lingua do Faust! Schade!!! Al Binda

Anónimo disse...

Desculpe la dignissimo, mas fui buscar isto para a sua fina ironia nao perder a sua compostura.

Historia romana.Cahier de collège de la main de Montesquieu [Texte latin et traduction française en regard], éd et trad. du latin par Maurice Mendel, Louvain, Peeters,1996 262 p. (Bibliothèque d'études classiques)

Como é bonito sermos humildes e usarmos a ironia apenas quando ela é queirosiana!

Al Binda, o seu humilde servidor.

Virgilio Brandao disse...

Ó Al Binda, Al Binda...
«até quando abusarás da nossa paciência». Cícero vem mesmo a propósito não vem?

Se está surpreso, ó «sábio diante dos teus próprios olhos» (por isso o anonimato, não é Al Binda?), é por causa dos seus pecados. Explico-me:

1. Eu não fiquei surpreso com a sua resposta, era o que eu esperava – sinceramente. O seu perfil psicológico é tão transparente, ó Al Binda... quando me referi aos erros, eles eram (são) inexistentes. Grafou bem as palavras, assim como as fiz erradamente, com um fim determinado: para aferir a sua reacção e poder demonstra-lhe, Al Binda, que uma gralha é a coisa mais normal deste mundo. Se quiser o link, forneço-lhe.

2. Mas o Al Binda, se comete um gralha e alguém chamar a mesma a colação… cai o Carmo e a Trindade pois essa pessoa está a ser mesquinha... como vê, deve provar da cicuta que fabrica e espalha como vírus gripal.

3. Mas, mesmo assim – pois não gosto de não dar uma oportunidade ao «outro» –, ainda lhe disse para ver no meu blog (não na internet, Al Binda... no meu blog!) o que havia escrito sobre Goethe. Mas não viu! Só vê as gralhas, pois é a única coisa que lhe interessa e que é capaz de fazer. Isso, Ó Al Binda, é chamado iliteracia..., não é? Para quem chegou à «Ilha dos Amores», ó Al Binda! A alternativa é ser da sua natureza (conhece a fábula da rã e do escorpião?). O Diabo que escolha.

4. Sobre o nome de Montesquieu, já lhe disse: não vou teimar consigo. Eu não lhe disse que o nome do homem não era Charles-Louis, não; tão-somente que, também é, não raras vezes, grafado Charles de Secondat... Mas o que fazer? O Al Binda é como uma criança, teimosa... e que faz birra contra a razão. A sua deselegância fala por si, não precisa de mais provas; o seu problema não é o trema, o seu problema é a «falha cultural» estrutural que o faz tremer de inveja das pessoas que tenta afrontar. E, note bem, que não é o meu caso – pois não sou afrontável; de todo que não.

5. Mas aqui, ó Al Binda, não é da Joana! Aqui está uma pessoa que tem homens e pensadores feitos como referências e não meninos... meninos e erros (vá ler S. Paulo ó Al Binda: I Coríntios XIII, pois claro!). Percebo, ó Al Binda, o padrão psicológico da sua fixação com as gralhas e com o que pensa que os outros não sabem...

6. Mas, Al Binda, falando da substância das coisas... Chegou até uma das citações, mas e outra, sim a outra, onde está? Uma era uma evidência, pois claro (provavelmente até adivinhou – aposto!). A outra, está lá a sua origem; mas e a terceira?... Espero a sua resposta, pois é o Al Binda que diz saber tudo de cor. Chegará lá, pois isso é uma forma de aprender. É fácil, coisa de somenos para a sua memória e/ou biblioteca.

7. Agora, Al Binda, antente no seguinte: não me disse onde e quando leu a História Romana de Montesquieu. Ou estas questões só valem para os outros? Deixe lá os acentos ó homem! Estamos a falar em português e não em latim; a falar de pensamento (deveria) e não de ortografia. Mas não é latim o que se segue.

8. Sim, ó Al Binda! Tem razão numa coisa: as minhas referências de Montesquieu não é a Historia romana, mas sim outras, outras ó Al Binda. Poderia ó Al Binda, perguntar-lhe, agora, o que diz os dois primeiros parágrafos da página 67 desse opúsculo (é disso que se trata)... mas não vou fazê-lo. Não quero embaraça-lo.

9. O que quero dizer ao sábio visitante do blog Terra-Longe é que esse pequeno opúsculo que eleva à uma obra de referência de Montesquieu não é nada mais que um trabalho escolar do menino Montesquieu ainda no colégio: um trabalho escolar, ó Al Binda; como esses que os professores mandam os meninos e os jovens fazerem para efeitos de avaliação.

10. Pois é, Al Binda; é tão somente isso. Um trabalho que trata da fundação de Roma por Rómulo e Remo, passando pela queda da Monarquia instituída por eles no tempo de Tarquinio e pelo advento da República romana até a destruição causada pela morte de César e a consequente instituição do Império por Octávio Augusto.

11. Esta obra, escrita em latim, pois claro (mas, ó Al Binda, porquê é que Montesquieu escreveria em outra língua que não fosse o latim se esta, e o grego, eram as línguas escolares de então?). Enfim… sempre a descobrir a pólvora.

12. Não é considerada uma obra de Montesquieu pois não tem dignidade como tal – inclusive, Al Binda, o jovem Montesquieu (segundo os entendidos nesta matéria) revelava muitas dificuldades a grafar a língua e este trabalho é tido como sofrível e superficial. Não é essa a minha opinião, pois – exceptuando as particularidades do latim – pois para a sua idade (cerca de 16 anos) se pode se pode considerar aceitável. Pois é... esses académicos têm como referência Polibio, Cassius Dio, Herodiano, Tito Lívio ou mesmo Flávio Josefo.

13. Comparado com estes, ó Al Binda, mesmo as «Considerações Sobre a Grandeza e Decadência dos Romanos» é, na minha perspectiva, uma obra deficitária. É injusto comparar a obra de um menino com a de sábios; assim como não comparo Montesquieu no plano dos historiadores – pois não o era. Ademais, a «Considerações...» não é uma obra de história mas de política.

14. A historia romana – escrita pelo menino Montesquieu – não é uma obra politica ou sobre politica. Não é considerada como uma «obra» de Montesquieu, aliás nem faz parte das obras completas do autor – excepto uma ou outra colectânea – pois o seu interesse cientifico para a ciência política e para a história do pensamento é... zero! O seu interesse é meramente biográfico (bibliográfico é).

15. É essa, Al Binda, a obra de Montesquieu que tem como referência. Não me admira. Quem é que gosta do Harry Potter? Cada um plana onde pode, cada um segue para o seu «lugar natural» – o Al binda para o seu: o do adolescente Montesquieu. «Quando eu era menino...»

16. Por fim, ó Al Binda, anote: não respondeu à substância das minhas posições. E, se já reparou quem perdeu a compostura foi Al Binda – mas diz (sonha... vá sonhando) que sou eu. Mas se fica feliz com isso, pode crer que me deixará, também, satisfeito. É que cada um, ó Al Binda, é o que é e, mesmo sem querer, revela-se (nem o Humpty-Dumpty o salva disso). Isto, Al Binda, não é a divina comédia para si; é a divina tragédia: sim, sou crioulo, muito crioulo e com orgulho.

17. Mas sua divina tragédia, ó Al Binda, é que é crioulo mas tem vergonha disso; acha que crioulo é uma espécie de burro para a sua sabedoria de pacotilha e fast food subir ao paraíso. Mas está enganado! Aos meus infernos vou sozinho, não levo ninguém pela mão – o Al Binda não: quer tornar vida de todos a imagem do inferno que transporta na alma. Não fosse ofendê-lo diria que tenho pena de si; mas hoje, lembrar-me-ei de si nas minhas orações: pedirei a Deus para abrir as portas do seu entendimento para que perceba que o Mundo é para construir.

18. Deixe o Casimiro de Pina no seu lugar, parece que está obcecado com ele… porque será? Acho que a sua memória está um pouco pró gagá… mas ok. Mas, olhe lá ó homem (ou será mulher com dores de lua cheia?)! Corrigiu o quê? Diga-me. Já agora: que «citações aproximativas» é que fiz e que corrigiu, ó Al Binda? Cuidado!, ó Al Binda, cuidado… pois ainda terá de mudar o nome para Al Psu ou Al Pupu. É como digo: estudar faz bem!. Continue, principalmente a aconselhar-me a ler obras de menino, a não ficar (apenas) por obras estruturadas de adultos. Obrigado, ó Al Binda.

19. Obrigado peça lição de «humildade»… venha de lá uma cambalhota! E não se esqueça do que ficou para trás; pois eu não me esqueci.

20. Como está a acariciar as Cartas Persas de Montesquieu, pode ir até o capítulo XI e veja o que o mesmo diz de um povo cujas gentes eram «tão perversos e ferozes que não existia entre eles nenhum princípio de equidade e justiça» (Montesquieu, «Cartas Persas», XII). Foi o que me assaltou a memória ao ler o seu comentário.

21. Pois é, Al Binda, é como eu esperava: exercito a paciência de Job e a tranquilidade de Dhritarashtra consigo.

Anónimo disse...

Nao, Virgilio, você nao tem paciência nenhuma: nem a de Cicero, que era mais do isso porque profundamente filosofica, nem a de Krishna, pois nao tem nada a ver com a cultura portuguesa que é muito superficial.

Afinal quem é que ficou pela forma? Quem é superficial? De certeza que nao é Casimiro, como você dizia nas paginas do Liberal, com uma certa arrogância! Ja se esqueceu quando dizia escudado em José Luis que Casimiro era superficial e que nao estudava a fundo as obras? Somente porque ele criticou o seu português, Virgilio! Exactamente, Virgilio!

Comigo, você tenta ser mais acutilante, porque eu desprezei o seu português (afinal ha quantos anos vive em Portugal?!) concentrando-me na sua verdadeira cultura que mete agua por todos os lados.

Ainda por cima é convencido e pouco humilde! E desculpe la... quase ignorante, pois contrariamente ao que escreve, o tal caderninho escolar sempre faz parte das obras completas de Montesquieu. Decididamente, você nao aceita criticas!

E... ficou mentiroso, porque o que começou por dizer ironicamente é qu Historia romana nao existia e que era uma invençao minha; apanhado em falta, foi estudar (foi na Net?!) e agora vem dizer que afinal o livrinho existe mas que nao é importante e a prova é que nao figura nas Obras completas de M. Nada mais falso, homem, pois até que figura!

Isto prova que você nunca leu sequer uma biografia de Montesquieu e o conhecimento que tem do homem é muito superficial apenas as sebentas do curso de direito. Nao esteja com contorcionismos porque ja nao tem por onde escapar-se.

Nao, nao foi gralha nenhuma que cometeu, mas sim erro e falha grosseiros.

Quem cometeu gralha de teclado fui eu! Como eu disse nao passava pela a cabeça de ninguém sério vir lançar-me à cara uma palavra que eu teria escrita, "Favava" que nem existe? Mas oh Virgilio, o que é "favava"? So se for a ribeira de favas que você tem no seu quintal!

Qualquer néscio era capaz de descortinar, o que você até descortinou!, que "favava" no titulo Assim falava Zaratustra, so podia ser a troca de duas letras, tanto mais que vinha ao lado o autor do livro; Autor que você escreveu mal. O que nao é uma gralha, mas incultura. Alguém que escreve mal Nietzsche (va confirmar como escreveu mal o nome do mestre!) é inculto!

Ou melhor é um iletrado, como você mesmo reconhece. Nao se pode citar autores para dar a impressao de que se conhece, quando nao se é capaz sequer de grafar os seus nomes correctamente. Vejo que passou a escrever como tem que ser o nome de Goethe. Mas você tem que ser mais culto e saber que trema em alemao nao é um artificio qualquer, mas sim fundamental, vital!

Mas como germanista, aconselho-o a ficar pelo mundo latino portugues e nao meter-se em problemas com a lingua de Kant, porque caso contrario vai passar a desprezar-se, como diria este outro mestre.

Pois, pois Virgilio, adoptando os seus tiques de menino traquinas, você penetrou o mundo do "mal radical" kantiano. Conhece o agir mal de Kant? 'Atão'! homem, como é?!nao conhece? E o absurdum morale?!

Sim, sim é latim! O latim que o menino M. escrevia (errado Virgilio! pois com 16 anos ele ja estava na Universidade!) e que você interpretou mal. Eu sublinhei o facto dele escrever em latim, nao porque era entao norma na época, e aqui você acertou, mas pelo facto sim, dele ser ainda uma criança. Alias, e o Virgilio nao sabe, que o menino ja sabia entao também ler grego!

Montesquieu aprendeu latim e grego ainda em idade de instruçao primaria, em casa, e nao na escola!

Endaksi?! Ai, nao sabe grego? Mas entao homem de Deus, que linguas conhece? Você lê a Biblia e cita Saul, sem saber latim? Cita Goethe sem ter rudimentos de alemao? Ou lê no original Krishna?! Bom, aqui confesso que o que li de Upanishad, foi em inglês, alemao e francês!

Mas graças a Deus, porque sou de cultura também latina, li Cicero em latim e Tomas de Aquinas (é assim que Vario grafava o mestre!).

Bom, meu caro, termino dizendo-lhe so mais uma coisa, porque reparei que ainda nao me leu bem. Eu venho criticando algumas pessoas, como o Virgilio, somente para chamar a atençao para o facto de termos que ser mais humildes porque nao podemos saber tudo. Para precisamente concentrarmo-nos no conteudo e nao na forma.

Que nao vale a pena estarmos a criticar as lacunas de a,b ou c, porque encontraremos sempre alguém que saiba mais e que nos pode deitar abaixo.

E' ridiculo o Virgilio estar sempre a contar a anedota do nome proprio de Montesquieu, quando nem sabia sequer que ele escreveu Historia romana. E' ridiculo, eu agora de repente perguntar ao Virgilio se sabe como se chamava Voltaire? Você, nao sabe que Voltaire é um pseudonimo e que o seu nome verdadeiro era François-Marie?

Ai! nao sabia? E sabe qual é o verdadeiro nome de Céline? Ou nao conhece?

Como vê Virgilio é ridiculo. Você ridicularizou-se com o seu "favava"! E' ridiculo alguém chamar ao Le Pen, Jean Le Pen! Sabe porquê? Porque ele é Jean-Marie! Portanto, chama-se ao homem, Jean-Marie Le Pen, ou tao simplesmente Le Pen! Mas nunca Jean Le Pen! Cada lingua tem os seus habitos culturais e nao ha nada a fazer. Mas veja, la homem, se aprende a ser mais fundo nas suas citaçoes e nao ficar-se por aproximaçoes.

E cuidado que eu nao sou Casimiro! Eu estudo! E para a proxima nao fique pelo "favava"! O que é favava, Virgilio?!

Al Binda (nao é anonimo, mas sim um pseudonimo como Céline, como Voltaire, uma criaçao artistico-filosofica inspirada nos bancos de Cordoba por onde você mesmo passou; esta-me a desiludir!)

Virgilio Brandao disse...

Ò Al Binda, agora não estou com tempo para responder aos seus ditirambos broncos…

Mas, ainda estou à espera das respostas às minhas perguntas... continuo à espera. Como disse, sou paciente. A sua memória, como o Google do amigo Jonas, o peixinho preto, foi de féria é? Ou foi a sua memória prodigiosa que foi passear na companhia de Ceres?

E não me venha com a técnica da terra queimada com perguntas sem nexo... não é cambalhota digna, ó homem.

Responda às minhas perguntas e ao meu desafio; pessoa tão sábia não tem nem terá problemas em esmagar, com o martelo da sua sabedoria plena. um ignaro como eu, pois não?

Saia da toca ou do armário, ó Al Binda!

:-)

Anónimo disse...

Você ja foi esmagado, meu caro! Você quer é brincadeira, mas comigo nao tem sorte!

A sua ignorância nesta matéria ficou despedida, nua como essa fidge de parida que você colocou mais acima.

Também nessa matéria de "meio de perna" você é um ignorante pois nao sabe que também as criolas atrevidas de Soncente chamam aos seus queridos de "catchorrinhos"; bêm li, bêm nhe catchorrim" dizem elas com meiguice e manha.

Ou entao num tom ambiguo de bom e de mau dizem:"êss môss ê um cathorre de rua!"

Como vê nao era preciso você ir buscar uma americana para nos dizer que as mulheres americanas chamam aos seus homens de dogs!

You have to learn, to understand your own culture, Sir! Put it in your mind and smoke it! Deeply! Yes, just like it!

Tenho reparado que volta e meia você tenta também mostrar que percebe da lingua de Milton, Jay e Hamilton, mas estou ca com uma impressao que é so vento!

Al Binda

Virgilio Brandao disse...

Ó Al Binda…
Além de se esconder para poder ofender os outros cobardemente – quando não tem argumentos – também se mostra da família dos roedores quando lhes falta o saber e naufragam.

Preciso de lhe dizer a origem da outra citação de Montesquieu que anda(rá) à procura sem encontrar?

Pensa que me faz perder a paciência com as suas ofensas primárias, ó Al Binda? Sonhe homem, sonhe! Olhe-se no espelho, vê bem e perceberá que é um sepulcro caiado, pior ainda: com cal velha, da pior qualidade.

A sua cambalhota deu mesmo para um lugar natural, para a mãe de todos os seres, até de abortos intelectuais: crica. Mas, pelos vistos, continua o Al Binda com um problema de iliteracia, e é grave... pois alia-se a uma patologia qualquer. Procure ajuda, ó homem!

Eu não disse, Ó Al Binda, que a «Historia romana» não existia e que era uma invenção sua homem. Leia… pode ler muito mas não entende o que lê. È uma pena que somente veja o seu ego transviado e se tenha convertido num citador de nomes. A sua mania, ó Al Binda, lembra-me Steinbeck: «Podemos gabar seja o que for, se nada mais tivermos. Quanto menos se tem, maior é a vontade de o gabar.» (John Steinbeck, A Leste do Paraíso, I). Pois claro, seu gabarola aristocrático nu do conhecimento.

Quando descobrir a terceira citação de Montesquieu, pode vir cá regurgitar de inveja e de malícia o fel do mal inestirpável que jaz nessa sua alma maldizente.

Mas eu não o levo a mal, ó Al Binda: perdoar as ofensas dos outros é, para mim, mais do que palavras. Mas vá lá o sábio Al Binda perceber isso... Mas cuidado: atenção à tranquilidade do vulcão.

Olhe, ó Al Binda… para que ninguém venha a dizer que o Al Binda, cobardemente, não aceitou o meu desafio (o que, parece, não conseguir ler…) vou libertá-lo desse fardo que, sei, deve pesar no seu orgulho.

Não tenho prazer, ó Al Binda, em que as pessoas vejam que as suas referências do pensamento de Montesquieu não são o Espírito das Leis e outros (ai memória!, ai Biblioteca Maior!) mas o pensamento de uma criança…

«Teria o jurista lido também a Historia romana de Charles-Louis e nao ficado apenas pelo Espirito das Leis nao cometeria duas vezes o mesmo erro.» (sic) É, a sua ideia maravilhosa: um jurista a ler (presumo, pela sua frase, em fase formativa) os textos de um miúdo de escola. Bela ideia, bela ideia a sua Al Binda.

O Al Binda, se fosse um homem de cultura (coisas que está claro que não é), poderia ter aproveitado esta oportunidade para discutir aquela que é a obra mais equívoca do ocidente pós Sec. XVIII. Mas enfim… cada um para o que nasce, não ó Al Binda?

Mesquinho, mentiroso, cabeçudo, ignorante… belas palavras de um sábio, belíssimas. São as suas armas, percebe-o ó excelentíssimo elefante Al Binda. Pois, Al Binda (melhor dizendo Bunda, e sem Al…), veja bem o que andou a escrever.

Bem, Al Binda… não fui eu que entrei em casa alheia e, sem razão nenhuma, agarrei no verbo descarnado e adjectivei fosse quem fosse.

Por cortesia e tolerância (em sentido próprio), admiti as suas invectivas, mas ela tem limites. Veja-se ao espelho destes seus comentários: verá o seu nome – de Al não haverá nada. Mas fica registado ó Al Binda… fica cá registado.

Anónimo disse...

Registe, registe homem! Registe porque você continua a mentir, mas toda a gente vai ficar a saber, nao se preocupe. Nao apenas no circulo fechado e restrito dos blogues mas em campo aberto.

Você é tao mentiroso que ja nao sabe quando é que mente ou quando é que finge que acabou de mentir! Para mal dos seus pecados, infelizmente você nao é "o poeta" como de vez em quando finge ser.

Leia pois o outro mestre do "poeta é um fingidor"!

Mas duvido que chegue la apesar do seu nome de baptismo. Sabe porquê? Porque quem tentou ofender foi você mesmo! Quem cobardemente se enfiou pelo caminho de "Pupu" foi o Virgilio; so que caminhando no escuro nao viu que metia os pés nesse "pupu" que a sua entranha produziu!

Desonesto, vem agora dizer que fui eu a "ofender". Onde é que viu ofensas nos meus escritos, homem?!

Corrigir-lhe erros de historia do pensamento linguistico, politico e filosofico é ofensa? Chamar-lhe ignorante depois, de modo corrosivo, tentar transferir para mim sem êxito a sua incultura, é ofender?

Nao Virgilio, o seu gato ficou escaldado e cuidado para nao apanhar a raiva com o seu pastor alemao! (A proposito o seu dog ladra em alemao ou em crioulo?) Veja se consegue saber isso e informar a malta.

Pois é, Virgilio, você pode ameaçar-me com o seu lapis azul em riste, porque quem ficou sem argumentaçao racional, recorrendo a "caca", foi precisamente VEXA!

Eu nunca me pus nesse campo, porque eu sou um homem educado e de boas maneiras. Você confunde critica séria sem compaixao com ninharias! Quem tentou vilipendiar o meu nome artistico foi o Virgilio que agora vem inverter a pirâmide.

Foi você a ser apanhado a cometer delito de iliteracia! Você é que mentiu e continua a mentir, dizendo agora que nunca disse que o livrinho Historia romana nao existia. Até tentou a ironia!So que està escrito e ja foi publicado para toda a gente descobrir a ignorância de mais este jurista.

As lacunas vêm do seu lado! Do meu lado nao ha crise e ja me apresentei atempadamente perante os meus mestres.

Aqui o mestre sou Eu! Eu é que tomo liçao ao cabula armado em espertinho. A esperteza saloia lusa é sobejamente conhecida! Pode passar 30 anos em Portugal, mas nao tem safa! Se tem problemas com a conjugaçao verbial portuguesa, como é que pode entender a lingua de Richard III? Como pode penetrar a psicologia de Iago?

Agora, sim, é razao para se dizer: continue a sonhar!

AL BINDA

Anónimo disse...

Afinal porquê que o sr(a)Al Binda,não aceita falar pessoalmente com dr.Virgilio Brandão...

Anónimo disse...

Afinal porquê que o sr(a)Al Binda,não aceita falar pessoalmente com dr.Virgilio Brandão...

Virgilio Brandao disse...

Al Binda, o seu caso é patológico.

Vá, vá aos quatro ventos. Diga o que quiser e pensar – é livre para dizer a asneira que quiser. Não o ameacei com o lápis azul – ainda que o mereça! –, mas vejo que não chega para perceber algumas coisas.

A única cobardia que se nota aqui, ó Al Binda, é a sua fuga para a frente. Mas vá, vá carpir as suas lágrimas e as suas dores onde quiser, encharcar-se de cerveja ou de absinto – a sua patologia será sempre a mesma, o seu selo fica marcado: foge do meu desafio (e note que quem tem a perder sou eu a fazer-lhe tal desafio), já não sabe onde vem a outra citação de Montesquieu (pois é, não chegou lá…ó Al Binda).

Não perderei mais tempo consigo, ó Al Binda… Para quem acaricia as Cartas Persas de Montesquieu, deixa muito a desejar ó Al Binda: pesado foste na balança e achado foste em falta. E nem consciência tem disso, nem da ilicitude do seu verbo.

Para que saiba, ó Al Binda: o único texto de Montesquieu com algum fôlego – mau grado a sua paixão pela antiguidade – é a «Considerações Sobre as Causas da Grandeza e Queda dos Romanos». Esta, sim, obra merecedora de atenção – não o de um menino. Fica para seu conhecimento pleno, como dádiva – a imagem da fortuna outorgada pela Fortuna a Duílio.

«[…] nunca me vi tão pouco contente como quando me achei senhor absoluto de Roma, quando olhei à volta de mim e não encontrei nem rivais nem inimigos.» A citação que não encontra, ó Al Binda, é do «Diálogo entre Silas e Êucrates» – escrito este que, ainda que breve, tem méritos que, verifico, não será capaz de vislumbrar; na verdade, ó Al Binda, não chegará para tanto.

Mas isso, ó Al Binda, é a prova provada da pobreza da sua biblioteca cabeçuda. Se tivesse lido Montesquieu, mas lido mesmo, saberia identificar esta citação (e logo o Al Binda que diz saber tudo de cor…).

E, Al Binda, acho bem que estude. Vai estudar e seja menos arrogante, aprenda dos meninos, sim… pois eles são puros e humildes de coração.

E o que diz a página da «Historia Romana» de Montesquieu? Também estou à espera dessa, dono de magna biblioteca. Nem isso, ó Al Binda, ainda fez.

Pode ir espernear… a cabeça!

Anónimo disse...

Ja lhe disse, mas você insiste em nao perceber. Repito: quem toma liçao ao cabula, aqui, sou eu! O Virgilio é que foi apanhado em falta e agora quer inverter a ordem dos factores.

Quer sair de cabeça erguida mas nao deixo, porque você é que começou por desmentir o que existe; depois, para tentar parodiar veio com essa manha de advogado de pacotilha lançar para a mesa questoes que nao tinham sido colocadas in situ!

Nao lhe dou esta satisfaçao porque eu sei fingir, eu sei ficar surdo aos apelos de socorro.

Malandro, vem uma vez mais tentar recuperar o que eu lancei primeiro para a mesa: um dos titulos fundamentais da obra de M. que eu dei no original "Considérations..." e que o Virgilio vem dar agora em português porque nao conhece os livros no original.

Oh! homem de Deus você nao conhece a maxima latina de que traduzir é?!!!... deixo-lhe completar mas em latim!

Va ler o Discurso no Inferno entre Maquiavel e Montesquieu e deixe-se de tretas.

Fique a saber que em França, Lettres persanes é um dos livros de leitura obrigatoria do 11° ano de letras, o que a minha filha fez com 15 anos, terminando o 12° com 16 anos e para a Faculdade com 17 anos...AL BINDA

Virgilio Brandao disse...

Al Binda,
diálogo com surdo conveniente, não!
A conversa fica por aqui. Vejo que nunca terá coragem de homem para aceitar o meu desafio; nem de reconhecer que a sua apregoada sabedoria é de pacotilha, uma espécie transvestida de «Macknowledge».

Por isso, magnanimamente, dispenso-o disso. Finge… tão completamente a cobardia que deveras sente. E sente-se bem! Boa. Vive com ela.

Como não sabe o que dizem as páginas que lhe mandei citar da Historia Romana, mas reconhece e tem a obra no original (aliás, referenciou a mesma: «Historia romana.Cahier de collège de la main de Montesquieu [Texte latin et traduction française en regard], éd et trad. du latin par Maurice Mendel, Louvain, Peeters,1996 262 p. (Bibliothèque d'études classiques»), peço-lhe para citar aqui e agora – é uma última oportunidade de se salvar que sei que não vai aceitar, pois não pode – o que Montesquieu disse na página 262 da «Historia Romana».

Com essa, Al Binda, sei que vai espernear um pouco mais e depois desaparecer.

Deus o tenha em paz, Al Binda!

Anónimo disse...

Você diz que nao me ameaçou com o lapis azul? Entao, explique la aos seus leitores o que é que esta frase quer dizer, você que percebe de hermenêutica hermética?

"Bem, Al Binda… não fui eu que entrei em casa alheia e, sem razão nenhuma, agarrei no verbo descarnado e adjectivei fosse quem fosse.

Por cortesia e tolerância (em sentido próprio), admiti as suas invectivas, mas ela tem limites."

Ja viu que se esquece daquilo que escreve?

Nao é ameaça velada quando diz que "entrei em casa alheia"?. Traduzo o seu verdadeiro pensamento que mais nao é que uma ameaça; pois bem o que quer dizer é que eu entrei na sua casa (no seu blog) logo eu tenho que ouvir em sentido, sem replicar, caso contrario você expulsa-me.

Mas ha mais:o que quer dizer com "a (sua) cortesia tem limites"?; nao é ameaça? Traduzo: com a frase quer dizer que se eu continuar a desmontar o seu discurso, você corre comigo do seu blogue, porque entretanto deixa de ser "cortês e tolerante" comigo.

Nao é assim, teacher?! So que na hierarquia mestre é superior ao simples explicador de aldeia. Quem ficou a perder neste dialogo, de certeza que nao fui eu, porque aquio Mestre sou eu!

Neste momento sou um dos pensadores crioulos mais completos para dialogar com os maiores cérebros crioulos porque tenho um saber global, abrangente e absoluto. Nao, nao é a bazofia crioula a falar; é mesmo assim!
Al Binda

Virgilio Brandao disse...

Al Binda:
entenda o que quiser, é livre o bastante para isso. Não me veja com o seu espelho. O facto de permitir as suas asneiradas é a prova bastante de que aqui não existe lápis azul, não é? Mas que há limites à liberdade; sim, há. A ofensa gratuita é, aqui, coisa que não se tolera!

Eu não expulso ninguém... mas pode ter de, eventualmente, experimentar o seu próprio veneno.
Já encontrou a razão para poder fugir, não é?

Mas ainda estou esperando as respostas, ó Al Binda. O local é aqui, não é na China nem em Viana. Ou será que a sua biblioteca e o seu saber absoluto foram, também, de férias?

Se é o caso, vá à procura deles. Pelo caminho, pelo do lugar natural, passe por Caneças, beba água e estacione no restaurante chamado «O Palermice». Enche-se e, depois, venha manifestar a sua arábica satisfação.