- O PROGNOSTICADOR
O prognosticador putativo
gritava — eu ouvi, lá longe
no Mindelo terra-longe…
«O mundo dói-me,
dói-me mil vezes à velocidade da luz…
e ter tudo é ter nada
pois tudo o que se lega ao mundo
somos nós, em pó
ou cinzas
ou letra,
nós!
Ou será que, diz-me, ser
excremento animal…
isso: (bosta para fogão,
brasa de noites-amantes,
anseio de ser na pele diamante
da rosa fresca que amo e é minha)
em ouro vale o esquecimento?
A morna que fica para sempre ardendo
diz, diz para esses outros novos:
compensa, ó gente nova!, não ser
essa coisa velha que se chama pessoa?»
Imagem: Stonehenge, Salisbury, Inglaterra
domingo, 8 de novembro de 2009
Publicada por Virgilio Brandao à(s) 5:15:00 da tarde
Etiquetas: my poetry
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