domingo, 1 de novembro de 2009

  • A VERDADEIRA MÃE DE ROMA

    Quem não conhece a história da fundação de Roma, não ouviu o mito de Rómulo e de Remo que, crianças, foram criados e alimentados por uma loba? A história se repetiu de tal forma que se confunde com a ideia da Monarquia, da República e do Império romano, e a imagem da loba a amamentar os dois irmãos é, com o símbolo da República – SPQR – a representação de Roma.

    A verdade, no entanto, é substancialmente diferente, se atentarmos na história romana e nas suas origens. O povo togado, em particular depois de banhar-se e afogar-se nas riquezas e no sangue africano de Cartago, tornou-se um povo improdutivo e ocioso: os escravos faziam praticamente tudo. A famosa loba romana, não é um produto de Roma mas sim uma peça de arte etrusca que os romanos — depois de assimilaram a sua cultura de tal ordem que o seu alfabeto, de matriz grega, se tornaria a base da língua e da escrita romanas
    tornariam sua referência mítica. A loba etrusca não tinha, inicialmente, as figuras de Rómulo e de Remo — estas seguiram acrescentadas durante o Renascimento.

    Mas não é a loba, na verdade, a verdadeira mãe de Roma. A mãe de Roma são as Sabinas, as raptadas e violadas sabinas. Não tivessem elas se apaixonado pelos seus raptores — o que hoje se chama de Síndrome de Estocolmo, mas que deveria se chamar de «Síndrome das Sabinas»
    e o povo togado e sua glória nunca nos teria tocado, não teríamos, certamente, o modelo de civilização ocidental que hoje conhecemos. Teríamos outra coisa, certamente. Imagino que hoje, provavelmente, estaria a olhar para Baal Moloc ou Tanit, se exististe; o que é, seria, muito improvável. Deus! O que o amor e do perdão de uma mulher, ao caso de várias mulheres, pode fazer…

    Umas coisas nascem do amor e do perdão, outras morrem na sombra do silêncio. Todos, de uma forma ou de outra, somos filhos do acidente no plano da história, ou da resiliência e da sorte no plano bio-genético.

    Imagem: Rómulo e Remo mamando de uma loba

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