terça-feira, 13 de janeiro de 2009

O Martírio de S. Filipe, José de Ribera

  • SE AS MINHAS MÃOS PUDESSEM DESFOLHAR
Eu pronuncio teu nome
nas noites escuras,
quando vêm os astros
beber na lua
e dormem nas ramagens
das frondes ocultas.
E eu me sinto oco
de paixão e de música.
Louco relógio que canta
mortas horas antigas.
.
Eu pronuncio teu nome,
nesta noite escura,
e teu nome me soa
mais distante que nunca.
Mais distante que todas as estrelas
e mais dolente que a mansa chuva.
.
Amar-te-ei como então
alguma vez? Que culpa
tem meu coração?
Se a névoa se esfuma,
que outra paixão me espera?
Será tranquila e pura?
Se meus dedos pudessem
desfolhar a lua!
· Federico García Lorca

1 comentário:

Nita Faria disse...

Belo poema dum Magno e Prestimoso Poeta. Foi homem de pensamento livre,defensor do socialismo e um admirável progressista.etc..etc...
É assim:
Às vezes o coração sente e a boca mente...mas, o amor é como a tosse. Não pode ser escondido.
Publique mais poemas de Garcia Lorca. Vale a pena!
Anita