quarta-feira, 14 de janeiro de 2009

Carmen Electra

  • PAUSA NOCTURNA SEM CORPO
Ando em volta de um Habeas Corpus temerário – um paradoxo de situação: uma razão justa que se confronta com uma regra que tem a sua razão de ser. Uma questão que só é aferível no plano dos princípios e não das regras legais – um problema de direito constitucional e de filosofia do Direito e que a urgência da situação não me permite explorar como deveria e gostaria. Coisa estranha esta… um momento, simultaneamente, de prazer e angústia profissionais.

Faço uma pausa para fumar um ducados (Ah!, que saudades de um cigarillo popular, um cohiba ou davidoff international…) e pensar no terror da síntese adequada do discurso argumentativo – não existe nenhuma outra alternativa. Aproveito para ler os meus e-mails e fico a saber que, a propósito da «festa da democracia», (a) os políticos contactam a população de uma forma que dá a ideia de que se está em campanha eleitoral serôdia, que (b) o Padre Lino António de Armindo Gonçalves, depois do Padre Pimenta, fez a sua última viagem – lembrando-nos de que a religião dos homens bons toca e transforma vidas… –, que (c) o MPD nega a paternidade do PAICV e este quer assumir a sua condição de pai ideológico dos fundadores dos ventoinhas… coisa que, ainda acabará no Tribunal da História, com os juízes a julgarem um processo de investigação de paternidade para se aferir se se está perante um filho que renega o pai ou um PAI que quer ser pai a força. Nestas coisas o antigo exame de sangue – agora o ADN – é, de todo, a história. E esta, como a realidade e o algodão, não engana.

Confirmei há pouco o que já sabia: cultura e/ou a falta dela incomoda – ou dá amargos de boca, como diz o povo. Ó Voltaire, traz-me a tua velha! Passo os olhos pelo Boletim do Migalhas e encontro uma preciosa citação de Molière: "Estando em moda, todos os vícios passam por virtudes." Algumas destas virtudes são como o Fiat iustitia, pereat mundus. “A alegria do Senhor faz rir a alma; sem humor…” – diz-me o meu poeta. Eu, rio-me com as minhas razões.

E el sol todavia nasce… mesmo com a ELECTRA a lembrar ao meu bom povo que está aí para as curvas. A culpa, há muito, que não é só dela e do Governo: também é de uma cidadania entorpecida pelo sabe p´cagá que já foi chão que deu uvas mas que embriaga, ainda. E, sem tê-lo, volto às curvas do Habeas Corpus que espera por mim…

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