segunda-feira, 27 de outubro de 2008

  • PARTIDOKRACIA
Estive a escutar o debate na Assembleia Nacional sobre a Justiça e – perante a mais do que evidente falta de acordo entre o PAICV e o MPD (com a UCID numa espécie de limbo dos despojos políticos) – não consigo deixar de perguntar:

– Mas, afinal, o mandato que o povo concedeu aos deputados foi concedido a estes para exercer as suas competências em nome do povo ou para servir os interesses dos seus partidos?

É que o povo não é partido, não. Mas, assim, além de lhe partirem a alma arriscam-se a partir algo mais. Isso, senhores deputados, não é democracia; é partidokracia. Se calhar é tempo de pensarmos em mudar de sistema: nas próximas eleições legislativas devemos pensar em colocar o povo nas listas e os partidos a votar. Isso, sim, faríamos justiça ao espectáculo a que assistimos pelas ondas hertzianas.

A disciplina partidária acaba quando o povo é prejudicado, como está ser com a politiqueira subserviência dos deputados à acção por omissão tão lesiva dos direitos e interesses legítimos da nação cabo-verdiana. Será que os deputados não têm consciência disso ou o que importa(rá) mesmo são os interesses dos partidos e não os da nação?

Que venha o diabo e escolha! Mas, confesso, tenho pena do diabo; sim, pobre diabo. Ó povo que dormes na forma, acorda! Ó voz que tens de falar, fala! O almoço não costuma ajudar em nada; mas o bom senso sim. Eu e o meu povo merecemos mais!

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