- INCINERAÇÃO OU O QUÊ?
Temos de tratar os lixos que produzimos no país. Não devemos nem podemos – nunca – tratar os lixos dos outros. Já nos basta o nosso mal e temos de encontrar uma solução para ele; a política da avestruz não dá mais.
O Governo poderá ter as suas razões – que convém que seja trazido a público, pois deve uma explicação ao povo sobre o que pretende –, mas parece-me, a primeria vista, que a opção pela incineração, pelas suas consequências, é uma decisão que deve(rá) ser muito bem pensada.
Por exemplo, os resíduos hospitalares merecem tratamento especial e mais cuidados que os demais – que a incineração não resolve totalmente (o produto resultante deve ser sujeito a aterro sanitário) – e com problemas particulares.
É que a incineração de resíduos hospitalares, além de gerar um grande foco de poluição – nomeadamente com gases que afectam o efeito de estufa e, logo, a camada de Ozono 03 – e outros produtos prejudiciais à saúde publica, tais como dioxinas e metais pesados. Ou seja, em termos ecológicos e ambientais a incineração é uma opção política com custos sociais consideráveis.
Isso para não falar nos aspectos económicos (negativo em termos de turismo, mas positivo na forma que, ao que parece, o projecto será financiado – a instalação de uma incineradora é muito dispendiosa) e ecológicos de tal medida.
Mas não podemos dizer que não a tudo, vendo somente os aspectos negativos; há que ver o que o executivo tem em mente, na verdade, e analisar se isso é a melhor solução para os lixos (é que são diferentes, v.g., o industrial, o doméstico e o hospitalar) nacionais. E, já agora, apresentar soluções alternativas seria algo que o povo agradece.
Como estamos, não dá mais! Ademais, não podemos continuar a pensar que somente podemos ter as coisas boas do progresso… ter parto sem dor, rosa sem espinhos.
O Governo poderá ter as suas razões – que convém que seja trazido a público, pois deve uma explicação ao povo sobre o que pretende –, mas parece-me, a primeria vista, que a opção pela incineração, pelas suas consequências, é uma decisão que deve(rá) ser muito bem pensada.
Por exemplo, os resíduos hospitalares merecem tratamento especial e mais cuidados que os demais – que a incineração não resolve totalmente (o produto resultante deve ser sujeito a aterro sanitário) – e com problemas particulares.
É que a incineração de resíduos hospitalares, além de gerar um grande foco de poluição – nomeadamente com gases que afectam o efeito de estufa e, logo, a camada de Ozono 03 – e outros produtos prejudiciais à saúde publica, tais como dioxinas e metais pesados. Ou seja, em termos ecológicos e ambientais a incineração é uma opção política com custos sociais consideráveis.
Isso para não falar nos aspectos económicos (negativo em termos de turismo, mas positivo na forma que, ao que parece, o projecto será financiado – a instalação de uma incineradora é muito dispendiosa) e ecológicos de tal medida.
Mas não podemos dizer que não a tudo, vendo somente os aspectos negativos; há que ver o que o executivo tem em mente, na verdade, e analisar se isso é a melhor solução para os lixos (é que são diferentes, v.g., o industrial, o doméstico e o hospitalar) nacionais. E, já agora, apresentar soluções alternativas seria algo que o povo agradece.
Como estamos, não dá mais! Ademais, não podemos continuar a pensar que somente podemos ter as coisas boas do progresso… ter parto sem dor, rosa sem espinhos.
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Na União Europeia há incineradoras, e depois? Há países da União Europeia que têm pena perpétua; mas não temos – e não precisamos. Os países da EU têm todos um salário mínimo instituído, mas nós não temos – e precisamos! Uns têm… outros, não!
«Devemos estender os nossos pés de acordo com o tamanho do nosso lençol» – lá dizia o bom do Rabindranath Tagore. Os nossos pés são de Gueixa, os da União Europeia são de Bana; temos um lençol de meia-cama, a União Europeia tem uma fábrica de lençóis à medida.
«Devemos estender os nossos pés de acordo com o tamanho do nosso lençol» – lá dizia o bom do Rabindranath Tagore. Os nossos pés são de Gueixa, os da União Europeia são de Bana; temos um lençol de meia-cama, a União Europeia tem uma fábrica de lençóis à medida.
7 comentários:
Devemos reflectir e agir. Há necessidade de uma solução para o tratamento dos lixos em Cabo Verde mas não podemos suportar o lixo alheio.
"Mas o que eu quero é lhe dizer que a coisa aqui tá preta" já cantava Chico Buarque.
Virgílio, de facto, o assunto é muito sério! Aguardo a comunicação oficial do governo...
Abraço fraterno,
Ruben.
Carla,
Penso que não será esse o caso. Seria um suicídio politico importar lixo – ainda por cima tóxico – para o país.
Sim, temos de pensar e agir!
Por exemplo, o lixo hospitalar deveria se transportado em veículos próprios e sujeito a tratamento diferenciado, mas não é porque não temos meios adequados.
E se vires a forma como as zonas de depósito do lixo são «povoadas», perceberás a urgência de tratar deste problema.
Ruben,
Depois de um esforço de «juntar pontas» consigo entender o que o Governo quer(erá). Há muito que o Governo deveria ter reagido, clarificando o assunto. Mas alguém deve ter visto uma oportunidade de mais uma trica com o Jorge Santos ou com o MPD (não sei bem…).
É, mais uma vez, um problema de (falta) comunicação com a nação.
Abraço fraterno
Metendo de lado todo "fanatismo" que anuncias em cima no poema, sendo um problema há muito anunciado com o turismo, aumento da população nas ilhas e mais ainda o relaxamento politico em relação à defesa do meio ambiente e sabendo o que os homens são capazes de fazer por ignorância, poder e ganância, posso simplesmente dizer, que se não há comunicação clara há "de quoi" se preocupar...
Carla,
mandei o fanatismo embora! Pode levar alguém a pensar o que não deve e castrar a imaginação. Eh, eh...
Si, preocupar com aquilo que se pode fazer alguma coisa é necessário. E, como tu e o sábio dizem, agir; no caso o Governo eleito pelo povo.
Abraço fraterno
A Europa, os paises ricos nao possuem soluçoes optimas no que diz respeito ao tratamento dos lixos, todos os lixos... Sociedade de consumaçao produz antes de tudo lixo, montanhas de lixo, territorios de lixo... No caminho entre Praia e Cidade velha entramos na quinta dimensao e deparamos com a realidade da sujeira moderna e industrial. A prevençao no que diz respeito a produçao domestica e nacional de lixos deveria também preocupar os dirigentes que so olham o depois. Os habitos modernos induziram maus reflexos que podem ser corigidos. Antes, por exemplo, as garrafas de vidro eram depositadas e recuperadas, porque nao voltar a tal pratica e acabar com os vidros a desnaturar o chao da cidade... De toda a forma, as opçoes avançadas nao podem satisfazer pais como CV.
O Brasil tem algumas boas práticas neste plano...
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