domingo, 19 de outubro de 2008

  • MILHÕES PARA SALVAR MUNDO?
923 milhões de pessoas, segundo estimativas da FAO, a agência da ONU para a Alimentação e a Agricultura, são vítimas da fome ou de desnutrição grave. Isto é, o dinheiro injectado nos mercados para salvar os bancos da falência no último mês dava para cada uma pessoas ter mais de um milhão de dólares cada. E pensar que basta alguns dólares para alimentar essas pessoas durante um mês...

Por onde andava tanto dinheiro e tanta vontade de agir?

É caso para dizer que o que falta não são meios para acabar com a fome e o subdesenvolvimento dos países pobres, o que falta é vontade de ajudar, de agir, de solidariedade activa.

Liberdade, Igualdade, Fraternidade – o grade símbolo da Europa e do mundo ocidental. Por onde andam, afinal. O mercado (para não falar da cidadania) livre, pelo que se vê, é uma mera quimera; a igualdade, definitivamente, confronta-se com a Lei novada de George Orwell: «todos são iguais, mas uns são mais iguais do que os outros»; a Fraternidade... ah, a fraternidade, «a civilização do Amor», espera num limbo esquecido entre campos de trigo apodrecido – como isso tudo, como este espectáculo, qual ópera bufa, de um sistema-sepulcro caiado a cair aos bocados.

O que se segue? Não é fácil de adivinhar, basta abrirmos os olhos um pouquinho. Mal não remido, torna-se mal maior. A Europa e o ocidente em geral, não prende, definitivamente. Não me admira, assim, que os ricos temam tanto que os pobres tenham as mesmas armas que eles possuem...

Para salvar o Mundo – dizem. Mas o Mundo precisa de ser salvo de quem, afinal? Há, sempre, um Rubicão a ser transposto; e há, sempre, quem o passe – cedo ou tarde.
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A necessidade é como a água...

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