quarta-feira, 15 de abril de 2009

  • CONSTRUINDO A ESSÊNCIA DO VERBO

Sou o ribeiro que passa pela hora da flor,
a que espanta Deus quando acorda de manhã
e o nevoeiro, pálido, coloca-o longe de nós.
Então, consola-me a memória ardendo de ti.

A tua voz tem a doçura dos rios maduros,
e a firmeza do oceano quando jovem; o balanço da cotovia.

Acorda. O teu silêncio torna-me uma pessoa melhor
– para ser o rebento dos teus sonhos planos,
esses que habito sem saberes, Rosamund de mim.
Quando chegares, procurando-me, virei contigo.

A forma da eternidade, suspensa do monte gerador,
confessou-me que nasceu de ti, do teu desejado logos.

Imagem: Meditative Rose, Salvador Dali (1958)

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