- IMIGRAÇÃO: A NOVA ESCRAVIDÃO
Mais vidas naufragadas; mais mortes no caminho do Norte, da busca de pão. Até quando teremos de sofrer esta tragédia – este genocídio forçado pela pobreza estrutural construida e sustentada pelos países mais ricos? Cerrar fronteiras, dragar as competências aos países mais pobres e torná-las bolsas de trabalho – é o que se tem visto nos últimos anos. Ao nível do pensamento migratório até se pode verificar um neo-colonialismo; que já nem subliminar é – mostra-se ostensivamente escandaloso.
Essas vítimas mortais foram (são) causadas pela aporofobia e pelo egoismo ocidental que, na verdade, represtina uma nova forma de escravatura: a escravatura voluntária – como existia em Roma, séculos atrás. A migração não é coisa de uma vontade livre, é uma livre necessidade! O migrante sujeita-se não à sua vontade, mas sim à necesssidade criada – prescinde da vontade e sujeita-se às agruras do caminho necessário: é, de certo modo, um escravo das suas condições de vida desumanas. Só assim é possível perceber-se a real dimensão do paradoxo do imigrante.
Lembro, agora, Proudhon. Diz-nos, logo no início da sua obra «O que é a Propriedade»[1] que «Se tivesse que responder à seguinte pergunta: O que é a escravatura? e respondesse sem hesitar: é assassínio; o meu pensamento ficaria perfeitamente expresso. Não precisarei de fazer um grande discurso para mostrar que o poder de privar o homem do pensamento, da vontade e da personalidade, é um poder de vida e morte e que fazer um homem escravo equivale a assassiná-lo. Porquê, então, essa outra pergunta o que é a propriedade? Não posso responder simplesmente: É um roubo, com a certeza que me entendem, embora esta segunda proposição não seja mais do que a primeira, transformada?» Texto a ser revistado, quer no Novo Mundo quer no Velho Mundo, e nos Mundu Nobus.
A emigração é uma fatalidade criada; a imigração uma nova forma de escravatura criada e alimentada pelo ocidentais – e não é somente pelos “brancos de olhos azuis”, não: esses, das medalhas… os defensores do etno-corporatismo cultural, e os governos de países de emigração (essencialmente do sul) que se silenciam e alimentam com isso esta hediondez de migração esclavagista também são responsáveis. O desenvolvimento castrado e a ausência de uma solidariedade efectiva são as causas maiores deste mal.
Essas vítimas mortais foram (são) causadas pela aporofobia e pelo egoismo ocidental que, na verdade, represtina uma nova forma de escravatura: a escravatura voluntária – como existia em Roma, séculos atrás. A migração não é coisa de uma vontade livre, é uma livre necessidade! O migrante sujeita-se não à sua vontade, mas sim à necesssidade criada – prescinde da vontade e sujeita-se às agruras do caminho necessário: é, de certo modo, um escravo das suas condições de vida desumanas. Só assim é possível perceber-se a real dimensão do paradoxo do imigrante.
Lembro, agora, Proudhon. Diz-nos, logo no início da sua obra «O que é a Propriedade»[1] que «Se tivesse que responder à seguinte pergunta: O que é a escravatura? e respondesse sem hesitar: é assassínio; o meu pensamento ficaria perfeitamente expresso. Não precisarei de fazer um grande discurso para mostrar que o poder de privar o homem do pensamento, da vontade e da personalidade, é um poder de vida e morte e que fazer um homem escravo equivale a assassiná-lo. Porquê, então, essa outra pergunta o que é a propriedade? Não posso responder simplesmente: É um roubo, com a certeza que me entendem, embora esta segunda proposição não seja mais do que a primeira, transformada?» Texto a ser revistado, quer no Novo Mundo quer no Velho Mundo, e nos Mundu Nobus.
A emigração é uma fatalidade criada; a imigração uma nova forma de escravatura criada e alimentada pelo ocidentais – e não é somente pelos “brancos de olhos azuis”, não: esses, das medalhas… os defensores do etno-corporatismo cultural, e os governos de países de emigração (essencialmente do sul) que se silenciam e alimentam com isso esta hediondez de migração esclavagista também são responsáveis. O desenvolvimento castrado e a ausência de uma solidariedade efectiva são as causas maiores deste mal.
nota:
[1] Karl Marx, na sua Carta a J. B. Schweitzer (Londres, 24 de Janeiro de 1865 – encontrável em http://www.marxists.org/) diz, com propriedade, que esta é, sem dúvida, a melhor obra de Proudhon.
- Imagem: Emigrantes (tentando chegar até a Europa) salvos de uma morte certa pelas autoridades líbias.
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