- O VATICANO, OS BELGAS E OS PRESERVATIVOS DA UNIÃO EUROPEIA EM ÁFRICA
A Secretaria de Estado do Vaticano, na sequência de um Protesto Diplomático do Reino de Belgica, emitiu o Comunicado que edito aqui em Terra-Longe. Gostaria, um dia destes, de ver o Estado belga penitenciar-se pelos 20.000.000 (vinte milhões) de congoleses que matou durante o período colonial. É que a su preocupação com os africanos é pungente, demasiado pungente para se poder crer nela – quando se penitenciar publicamente pelos seus males levarei a sério os seus protestos contra Benedictus XVI e as suas declarações; protestos equívocos, diga-se de passagem.
Mas percebo, entendo que o Parlamento e o Governo belgas, a braços com uma profunda crise política, tenha de fazer e dizer algumas coisas para entreter o povo, mostrar que está atento ao Mundo e que tem, ainda, uma palavra dizer no concerto das nações, que ainda tem uma espécie de responsabilidade moral para com África e os africanos. Mas isso, também, é um equívoco da história.
Benedictus XVI tem razão: o preservativo (que deve ser usado), não é a única forma de lutar contra o HIV/SIDA, existem outras formas de lutar contra isso e o plano da responsabilidade individual – da pessoa para consigo mesmo, e para com o seu parceiro sexual – é fundamental para se resgatar a dimensão espiritual da sexualidade. A ideia de que o preservativo resolve tudo é um passaporte para se postergar a fidelidade (para quem consegue ser fiel a um único parceiro) e se degradar outros aspectos da doença – nomeadamente as conexas com ela que não são protegidas pelo uso do preservativo, como as hepatites ou a sifilis – como uma forma de protecção.
Se todos os homens e todas as mulheres fossem fiéis ou se vissem a sexualidade como algo mais do que prazer carnal, se as pessoas que transmitem a doença por via não sexual (v.g. seringas e outros intrumentos infectados) fossem mais conscientes e responsáveis, a doença poderia ser erradicada ainda nesta geração. Mas isso não acontece, e como não acontece o melhor é usar-se o preservativo; mas melhor ainda, em verdade, seria se entedessemos a mensagem do Papa Benedictus XVI e o seu sentido humanista e espiritual da sexualidade.
Mas como as pessoas são cristãs somente de nomem, e não conhecem o pensamento da Igreja… é normal que tenham essas atitudes reactivas e inadequadas. Lembro-me de, há alguns anos (nos meados dos anos oitenta, e andava a tentar convencer-me a voltar a estudar), o meu amigo Rahil Samsser Khan, então Pastor evangélico, me dizer algo que recordo ainda hoje:
– «No dia em começar a andar com um preservativo no bolso, tenho o meu casameno destruído.»
Dizia isso porque amava e respeitava a mulher. Não precisava de ter preservativos no bolso, pois não iria usá-los. É esta dimensão de sacralidade, de responsabilidade e humanização da sexualidade que o Papa fala(va); e é algo de universal, transversal ao discurso cristão e de outros povos de matrizes culturais divergentes, não é um discurso beato, não. Almejar a isso é desejar um ser humano melhor, mais capaz, mais responsável. Espero que o Rahil ainda pense da mesma forma; eu chegarei lá; um dia.
Ah! Mas porque é o que Governo belga não se preocupa com o problema do tamanho, e a qualidade da lubrificação e do látex dos preservativos na União Europeia e que seguem para África? É que os preservativos de qualidade, com alto nível ou grau de segurança, não seguem para África, não. São vendidos nas farmácias a preços insustentáveis para a maioria das pessoas na Europa, quanto mais em África. Os preservativos correntes secam depressa, rebentam, são pequenos e, por vezes, perdem-se no interior do oriente. Nessas alturas, o preservativo não serve de nada. Isso, sim… é coisa que o Governo belga, todos os governos, deveriam se preocupar ao fabricarem preservativos para África, os africanos e os cidadãos do sub-continete indiano.
Mas percebo, entendo que o Parlamento e o Governo belgas, a braços com uma profunda crise política, tenha de fazer e dizer algumas coisas para entreter o povo, mostrar que está atento ao Mundo e que tem, ainda, uma palavra dizer no concerto das nações, que ainda tem uma espécie de responsabilidade moral para com África e os africanos. Mas isso, também, é um equívoco da história.
Benedictus XVI tem razão: o preservativo (que deve ser usado), não é a única forma de lutar contra o HIV/SIDA, existem outras formas de lutar contra isso e o plano da responsabilidade individual – da pessoa para consigo mesmo, e para com o seu parceiro sexual – é fundamental para se resgatar a dimensão espiritual da sexualidade. A ideia de que o preservativo resolve tudo é um passaporte para se postergar a fidelidade (para quem consegue ser fiel a um único parceiro) e se degradar outros aspectos da doença – nomeadamente as conexas com ela que não são protegidas pelo uso do preservativo, como as hepatites ou a sifilis – como uma forma de protecção.
Se todos os homens e todas as mulheres fossem fiéis ou se vissem a sexualidade como algo mais do que prazer carnal, se as pessoas que transmitem a doença por via não sexual (v.g. seringas e outros intrumentos infectados) fossem mais conscientes e responsáveis, a doença poderia ser erradicada ainda nesta geração. Mas isso não acontece, e como não acontece o melhor é usar-se o preservativo; mas melhor ainda, em verdade, seria se entedessemos a mensagem do Papa Benedictus XVI e o seu sentido humanista e espiritual da sexualidade.
Mas como as pessoas são cristãs somente de nomem, e não conhecem o pensamento da Igreja… é normal que tenham essas atitudes reactivas e inadequadas. Lembro-me de, há alguns anos (nos meados dos anos oitenta, e andava a tentar convencer-me a voltar a estudar), o meu amigo Rahil Samsser Khan, então Pastor evangélico, me dizer algo que recordo ainda hoje:
– «No dia em começar a andar com um preservativo no bolso, tenho o meu casameno destruído.»
Dizia isso porque amava e respeitava a mulher. Não precisava de ter preservativos no bolso, pois não iria usá-los. É esta dimensão de sacralidade, de responsabilidade e humanização da sexualidade que o Papa fala(va); e é algo de universal, transversal ao discurso cristão e de outros povos de matrizes culturais divergentes, não é um discurso beato, não. Almejar a isso é desejar um ser humano melhor, mais capaz, mais responsável. Espero que o Rahil ainda pense da mesma forma; eu chegarei lá; um dia.
Ah! Mas porque é o que Governo belga não se preocupa com o problema do tamanho, e a qualidade da lubrificação e do látex dos preservativos na União Europeia e que seguem para África? É que os preservativos de qualidade, com alto nível ou grau de segurança, não seguem para África, não. São vendidos nas farmácias a preços insustentáveis para a maioria das pessoas na Europa, quanto mais em África. Os preservativos correntes secam depressa, rebentam, são pequenos e, por vezes, perdem-se no interior do oriente. Nessas alturas, o preservativo não serve de nada. Isso, sim… é coisa que o Governo belga, todos os governos, deveriam se preocupar ao fabricarem preservativos para África, os africanos e os cidadãos do sub-continete indiano.
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COMUNICADO DE LA SECRETARÍA DE ESTADO
CIUDAD DEL VATICANO, 17 ABR 2009 (VIS).- Sigue el comunicado emitido a primera hora de la tarde por la Secretaría de Estado:
"El embajador del reino de Bélgica, siguiendo las instrucciones del Ministro de Exteriores, ha comunicado al arzobispo secretario para las Relaciones con los Estados la resolución con que el parlamento de su país pide al gobierno belga que "condene las declaraciones inaceptables del Papa con motivo de su viaje a África y que eleve una protesta oficial ante la Santa Sede". El encuentro tuvo lugar el 15 de abril.
La Secretaría de Estado toma acto, con disgusto, de ese paso, extraño en las relaciones diplomáticas entre la Santa Sede y el reino de Bélgica. Deplora que una asamblea parlamentaria haya considerado oportuno criticar al Santo Padre basándose en un fragmento de entrevista desgajado y aislado del contexto, que ha sido utilizado por algunos grupos con claro intento de intimidación, casi como para disuadir al Papa de expresarse sobre algunos temas, cuya relevancia moral es obvia, y de enseñar la doctrina de la Iglesia.
Como es sabido, el Santo Padre respondiendo a una pregunta sobre la eficacia y el carácter realista de la posición de la Iglesia en materia de la lucha al SIDA, declaró que la solución había que buscarla en dos direcciones: por una parte la humanización de la sexualidad y por otra, en la amistad y la disponibilidad auténticas hacia las personas afectadas, subrayando además el compromiso de la Iglesia en los dos ámbitos. Sin esa dimensión moral y educativa no se ganará la batalla contra el SIDA.
Mientras en algunos países de Europa se desencadenaba una campaña sin precedentes de los medios de comunicación sobre el valor dominante, por no decir exclusivo, del profiláctico en la lucha contra el SIDA, es de consuelo constatar que las consideraciones de orden moral efectuadas por el Santo Padre han sido entendidas y apreciadas, en particular por los africanos y por los verdaderos amigos de África, además de por algunos miembros de la comunidad científica. Una reciente declaración de la Conferencia Episcopal Regional de África Occidental (CERAO) dice. "Agradecemos el mensaje de esperanza que (el Santo Padre) vino a confiarnos en Camerún y Angola. Vino a animarnos a vivir unidos, reconciliados en la justicia y la paz para que la Iglesia en África sea ella misma llama ardiente de esperanza para la vida de todo el continente. Y le damos las gracias por haber replanteado a todos, con delicadeza, claridad y agudeza, la enseñanza común de la iglesia en materia de pastoral de los enfermos de SIDA". SS/... /... VIS 090417 (440) http://www.vatican.va/
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Imagem: Mulher africana, trabalhando
2 comentários:
Compreendo melhor, agora, a sugestão do Papa em relação ao uso do preservativo.
Concordo, igualmente com a tua posição, em relação à dimensão da sacralidade do matrimónio. Touché!
Fartei-me de rir com a questão da qualidade das camisinhas que são exportadas lá para baixo, principalmente, sobre a possibilidade de serem pequenas e poderem ficar perdidas no oriente deles e delas, não é, VB?
Tirando o lado lúdico desta questão, há muitas outras coisas sérias, a se dizer sobre a falsidade de certas posturas politicamente correctas, quando a prática denuncia outras atitudes.
Há que dar um basta, há que dizer basta!
Domingo bom.
;)
É, Jessica...
a praxis é a manifestação cabal da natureza humana. Como não podemos mudá-la, o melhor é (a) tentar melhorá-la, e(b) apoveitar o melhor que ela tem, de forma responsável.
No que a sexualidade diz respeito, a moralidade é uma batata.
:-)
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