quinta-feira, 9 de abril de 2009

  • O BARÓMETRO (DE) CARLOS VEIGA E AS OMISSÕES
É quase Páscoa (na verdade, dia da ressurreição – do renascimento do homem, da concretização da expiação), e celebra-se no equívoco. Normal, normal… nihil novi sub soli. No ventre dos meus dias parece que começaram as manifestações e contra-manifestações – a modo de petição popular fomentadas pelas estruturas partidárias na oposição e no poder – a favor de Carlos Veiga e contra Carlos Veiga: porque este deve voltar e porque não deve voltar a liderança do MPD, etc, etc, malagueta!

Mas, Deus!, quem é que está surpreso com isso? Só mesmo nha Alice Manobra quando estava n´cu d´um boi la p´kis lôde d´Viana. Extemporâneo? Não, não me parece… será mais uma questão de barómetro externo de Carlos Veiga e seus apoiantes e, também, dos seus adversários, em torno de uma dada possibilidade. Pois é, Sun Tzu diz muita coisa…

Não sendo segredo, deixo para o plano privado o que penso sobre isto. O meu poeta, sempre curioso, diz-me: – «Para este peditório já dei o que tinha a dar». Quem nos avisa do futuro, inimigo não é – diz o povo. E o futuro, o futuro é agora – não é amanhã. Mas de quem será; sim, de quem será? Não sei… o que sei é que me lembro, agora mesmo, de Benjamin Disraeli e duma sentença do Estadista que aprecio em particular: «Existe três tipos de mentiras: as mentiras simples, as mentiras terríveis, e as mentiras estatísticas». Mas existem outras… Ah, sim!

Hoje é dia de assinalar que Jesus Cristo terá feito a última ceia com os seus discípulos, desnudado a traição de Judas e legado a oração prima a toda a humanidade. Assinalei o dia, dentro de mim. No outro dia vi no Jornal Nacional o que todos viram e vêm no dia-a-dia: um jovem esgravatando caixotes do lixo da capital – o último grau da pobreza – a dizer-nos, a gritar-nos (como os cinco ou doze contos de remuneração por um mês de trabalho duro) que o «desenvolvimento médio» do país Cabo Verde é uma mentira estatística.
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Que seja somente um momento de dor, como esse que este período nos convida, e que, um dia, possamos não ressuscitar o país mas levá-lo ao porto de uma realidade totalmente nova, nova e atrevida – esperançosa como as nossas ilhas. Mas, agora, é hora reflectir – para uns – e de trabalhar, para outros.

Imagem: Algures no continente africano…

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