segunda-feira, 27 de abril de 2009

  • A ILHA
– Quem és? – pergunta o Sol – no azul brilhante
Que o céu, mesmo distante, cede ao mar.
Por que persistes tanto em ser gigante?
És menos que o meu brilho, a refractar.

– Sou ilha. Esse meu verde exuberante
Faz aves, por aqui, virem pousar.
Meu lar, acolhedor, traz navegante
Que a areia, um só instante, quer beijar.

– Se atreves a afirmar que não és só?
Tuas matas e terras, não são vãs?
No mar, lembra-te ilhota, és vil, és pó.

– Não feito tu, estrela das manhãs,
De quem a solidão provoca dó:
Tu vens, e vão dormir tuas irmãs.
---- Bernardo Trancoso

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