segunda-feira, 10 de novembro de 2008

  • MIRIAM MAKEBA. SOLIDÁRIA ATÉ AO FIM
Os guerreiros caem de pé. Miriam Makeba, a primeira voz africana a ser ouvida no Mundo ocidental sai do palco do Mundo com o mesmo espírito que a fez elevar a voz, não a voz de cantora de excepção – não, mas a de cidadã, contra o hediondo apartheid e a maldade.

Falava de Nelson Mandela e dos seus companheiros presos por causa das suas ideias e da causa da liberdade, o que lhe custou o exílio. Era menino no Mindelo quando ouvi Miriam Makeba pela primeira vez num gira discos de 45 rpm e adorei a sua voz à primeira. Era o mítico «Pata Pata» que ficou como um marco da história da música mas que, de certo modo, a injustiça pois era uma cantora maior que essa música que não é, nem de perto nem de longe, o seu melhor registo. Só dirá isso quem desconhece a sua discografia.

Ao ouvir músicas como Jol´inkomo, Ha Po Zamani, What is Love, Amaliya, Maria Fulo (que canta em português), A Piece of Ground ou extraordinário Yetentu Tizaleny – uma das mais belas canções que já ouvi – emociono-me e, por momentos, sinto e penso que estou a ouvir um misto de Billie Holliday e Joan Baez africana.

Cai, com o vento ocidental a soprar gentilmente no teu rosto, como morreu; cantando em solidariedade para com os que os poderosos e os maus deste mundo querem silenciar. That´s «what is love», Miriam, you always had where to look after: to others. Ubuntu, Miriam Makeba. Ubuntu.
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  • Imagem: Miriam Makeba

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