sábado, 22 de novembro de 2008

  • MUDAR O MUNDO. DE KENNEDY A OBAMA ©
Estou a trabalhar. Sinto-me, verdadeiramente, um adivinho. Faço uma pausa para beber um chá, penso que deveria estar às portas do paraíso mas não estou e passo os olhos por «John F. Kennedy on Leadership – The Lessons and Legacy of a President» de John A. Barnes.

E não é que hoje, faz 45 anos que John Fitzgerald Kennedy, então com 46 anos de idade, foi assassinado em Dallas, Texas? Ao dizer ao povo americano «não perguntes o que o teu país pode fazer por ti, mas o que podes fazer pelo teu país» responsabilizou, para sempre, todos os cidadãos americanos pelo destino social e moral da América.

Barack Obama, nasceu no mesmo ano em que John Fitzgerald Kennedy – descendente de imigrantes irlandeses, lembro – foi eleito Presidente dos Estados Unidos da América e, como ele tem pela frente a tarefa de recuperar a alma da nação americana. Kennedy lançou o desafio da afirmação da América no Mundo e abraçou o sonho – propósito direi – de chegar à Lua. A América lançou-se ao trabalho e chegou lá.

Há 45 anos matou-se uma parte do sonho americano, o Don Sebastião americano, mas, paradoxalmente, criou-se o maior mito político da América, depois de Abraham Lincolm. Mito que Bill Clinton tentou recriar e que, em verdade, falhou (o genocídio do Ruanda será uma mancha terrível da história da sua Administração, mais do que o escândalo de natureza com Mónica Lewinsky), é, agora e numa escala planetária, exigido a Barack Obama: mudar não somente a América mas o Mundo. Mas é sábio o Obama… sabe que não é nem nunca foi um «I can», mas sim um «we can», um desígnio colectivo. Parafraseando Kennedy, não é o que o que podem fazer por nós, mas o que podemos fazer para o bem-estar de todos que está sempre em causa. Por vezes esquecemos…

E nem é preciso chamar o Rei Lear ou as andorinhas da primavera para percebermos isso – diria o meu poeta, se não estivesse no Catujal ou algures por Lisboa a navegar na sua alma.
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Post Scriptum: Ah, Kennedy tinha as suas coisas más... o embargo a Cuba, por exemplo, é uma vergonha que a América ainda não conseguiu ultrapassar e que mina a autoridade moral que almeja ter no concerto da nações.

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