terça-feira, 11 de novembro de 2008

  • O MEU POETA – MAS… AS VACAS PUSILÂMINES
– VB… – sussura-me o meu poeta.

– Sim, meu poeta… diz.

– Tenho fome de saudades e de mim – confessa-me.

– Lusíadas adiado, silêncio boomerang, magistrado eunuco, sonho e poema com pernas desertas de mim, Morfeu arrastado pelo dia e assomo nocturno da voz repetida à exaustão na extravagante penumbra olisiponense… «vacas pusilânimes» – digo ao meu poeta que, sem perceber bem o que digo, responde.

– Mas, VB, o poeta d´Tchom Bom diz que não conhece tais…

– Mas não conhece como, se já esteve no meu berço?

– Mas essas, VB, diz-se, são cabras, cabras pusilânimes… d´Nhô Antone Raboque, claro.

– Mas, meu poeta, a voz nocturna diz que são vacas, «vacas pusilânimes».

– Mas não, VB. Acaso a voz nocturna leu os Lusíadas no meu berço – como tu, também, já fizestes?

– Mas que pergunta, VB, que pergunta…

– Mas, meu poeta, é uma bela descoberta, não é?

Como o outro diria, it´s a Dude thing – indeed.

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