segunda-feira, 24 de novembro de 2008

OS MORTOS QUE VOTAM

No outro dia, vendo as notícias na TV Record, soube de uma coisa extraordinária e que pensava impensável: fraude eleitoral no Brasil. Mesmo tendo um sistema informatizado que se deve considerar modelar nas actuais democracias, pois evita a dupla votação e, se bem estruturado, resulta impermeável a fraudes. Mas tem alguns problemas.

A informatização do sistema eleitoral pode ajudar, em dados contextos, a viciar as eleições; de uma forma massiva, inclusive. Um exemplo acabado é o da votação dos mortos. Basta ter um documento de uma pessoa falecida e não expurgada dos cadernos eleitorais para se poder votar por «ela». Assim, os mortos votam.

Aconteceu em alguns sitios no Brasil, nomeadamente nos Estados do Pará e da Bahia, ouve mortos que votaram nas últimas eleições. Sim, mortos que votaram. Para os cabo-verdianos isso de morto votar não constitui novidade; novidade em Cabo Verde é o facto de que quem faz estas coisas ser tão honesto que vem a público dizer que o fez.

Sim, isso fez-me lembrar de um cidadão cabo-verdiano que ameaçou dizer os nomes de quem o corrompeu para viciar umas dadas eleições caso não lhe pagassem «o devido» pela sua façanha ilícita. Como não disse os nomes até agora, será de inferir que recebeu o que lhe era devido ou que andou a vituperar publicamente quem não devia?

Alguma coisa aconteceu, mas o quê? Sim, o que foi?
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  • Imagem: Tuthankamon, filho de Amenofis IV, Faráo do Egipto

2 comentários:

Anónimo disse...

"Il n'y a pas de fumée sans feu", a fraude eleitoral é uma evidência em Cabo Verde!! Com os partidos e o pessoal politico que temos é mais do que logico, mesmo com todas as declaraçoes e controlos, a tentaçao é grande demais... Ilustrando-se pela negativa tentou o governo MPD introduzir tal sistema brasileiro. A California dos USA também se distinguiu poucos anos atras!!

Pergunta ao teu poeta porque os partidos politicos nao confiam desta maneira no voto democratico ?!!

Virgilio Brandao disse...

Para alguns só o plebiscito é confiável, além de que, acham os mesmos, o povo não sabe o que é bom – diz o meu poeta